segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Deu no FANTÁSTICO: No Maranhão, casamento dura mais.

Uma ideia que vem do México provoca polêmica: é o casamento com prazo determinado. Mínimo, dois anos. Parece estranho, mas é o que um projeto de lei propõe: ao casar, os noivos já definem por quanto tempo. Será que funciona? 

Paixões ardentes, beijos arrancados à força. Claro que a gente não acha que os mexicanos vivem num dramalhão. Mas na Cidade do México, a taxa de divórcios é de 50%. Metade dos casais rompe antes que a morte os separe. 

Por isso um grupo de deputados apresentou uma proposta: instituir na cidade o casamento com prazo determinado. Tempo mínimo: dois anos. Acabou o prazo, o contrato de matrimônio perde a validade. O casal renova se quiser. Se não, a separação é automática, sem cerimônias. 

“Você sabe como ela é, quais são as qualidades. Dois anos é um prazo mais do que suficiente para avaliar como está o relacionamento”, diz Rafael Faquine, casado há dois anos. 

“Você dividir o mesmo teto com seu parceiro todos os dias. Não só o mesmo teto, dividir os problemas, as alegrias, as frustrações, as contas... Sem dúvida, isso faz com que a gente se conheça cada vez mais. Em dois anos, tudo isso já aconteceu”, avalia Karita Machado, casada há dois anos. 


“Para sempre é muito tempo, com certeza”, diz uma mulher. 


“Eu acho errado, eu sou meio tradicional. Sou das antigas mesmo”, afirma um homem. 


Para quem acha que a ideia dos mexicanos acabaria com o romantismo, com o sonho de felicidade eterna, os autores do projeto dizem que haverá a opção 'para sempre', o contrato de casório com validade eterna. Agora, será que um projeto como esse funcionaria no Brasil? 


No Brasil, de cada cinco casamentos, um é desfeito. Os gaúchos, parece, resolveram nem mais casar. O Rio Grande do Sul é o estado onde se celebram menos casamentos por habitante: 4,4 casamentos a cada mil habitantes. 

“Hoje ninguém acredita mais no casamento, ninguém se atura mais”, diz uma gaúcha. 


“Diz que é falta de homem”, opina uma senhora. 

“As mulheres daqui estão muito bravas, elas brigam muito, xingam, querem bater, fica difícil casar”, justifica um rapaz. 


No Acre, a chama continua acesa. É o estado onde mais se juntam os trapinhos: 11,2 casamentos a cada mil habitantes. 

“Casamento está na moda”, diz um homem. 

No Maranhão, na alegria ou na tristeza, o casamento dura. É o lugar onde menos se separa: 0,4 divórcios a cada mil habitantes. 

“Em termos de homens, os maranhenses são os mais infiéis que tem, né?”, diz uma mulher. 

E onde os casais mais tiram a aliança é na capital do Brasil, campeã de separações. São 2,6 divórcios a cada mil habitantes no Distrito Federal. 

“Se eu me separar, não me caso nunca mais. Rogério, se cuida, sua batat ta assando!”, avisa uma jovem. 

No Brasil, a maior parte dos divórcios acontece entre casais que disseram sim há mais de 25 anos. Mas, no altar dos famosos, o prazo mínimo de casamento proposto pelos deputados mexicanos - dois anos - parece uma eternidade. 

Alexandre Pato e Stephany Brito ficaram casados nove meses; Jennifer Lopez e Cris Judd, oito meses; Patricia de Sabrit e Fábio Júnior; quatro meses; Lisa Presley e Nicolas Cage, 3 meses; Ronaldo Fenômeno e Daniela Cicarelli; nem três meses, 86 dias; e a Britney Spears se casou em Las Vegas com um amigo de infância, mas o casamento durou só 55 horas. 

Acontece. Veja a história da administradora Clarissa Lopes. 

“Namoramos cinco anos, casamos, ficamos cinco meses casados”, conta. 

Mas nem por isso ela toparia ter feito um casamento test-drive, com prazo de validade, como a proposta da Cidade do México. 

“Eu acho que não funciona, porque ninguém casa pensando em separar”, diz Clarissa. 

O advogado de família Luiz Octavio Costa Neves também não gosta da inovação mexicana. 

“Casamento é feito para perdurar. O divórcio, a interrupção do casamento, é exceção. O divórcio hoje em dia já está tão simples”, alega. 

Rodrigo e Carolina não pensam em separação, dizem que nunca pensaram e jamais pensarão. Ainda assim, a proposta mexicana poderia lhes cair bem. 

“A gente renovaria os votos a cada dois anos”, diz Rodrigo. 

Eles adoram casar. Primeiro foi no civil. O segundo, na igreja. E o terceiro casamento, só de brincadeirinha, foi em Las Vegas. 

“Pra gente, isso é muito importante, estar casando de novo, estar mostrando de novo, ouvir de novo da boca dele que ele quer ficar comigo”, afirma Carolina. 

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